Rei
site
21 agosto 2012
01 abril 2012
O Passado é palpável
Em outros termos, passado é sólido. Fácil entender alguém dizendo "tocar o passado", mas não tanto para quem diz "tocar o futuro", parecendo estranho. O que já aconteceu, virou fato, ato feito, adquire uma consistência palpável no nosso imaginário, possibilitando até que o guardemos em partes ou lados de nós mesmos, caixas, gavetas, "meu lado profissional", "eu como pai"... Um tempo concreto, possível de desenhar... Diferente do futuro, tempo ainda abstrato. Mais concreto ainda, somente o presente, intríscico também no nosso tempo, contemporâneo a nós.
Desenho: A. Araújo, s/d. Nanquim s/ papel.
Desenho: A. Araújo, s/d. Nanquim s/ papel.
22 março 2012
Amiga de Balé
Bob Carey, usando apenas uma saia de bailarina e rosa, posa para
fotos em diferentes lugares para chamar a atenção das pessoas e
arrecadar dinheiro para o tratamento de pessoas com câncer. Ele já fazia
essas coisas antes, mas passou a levar a sério depois que sua esposa
ficou doente. Criou então o Tutu Project como uma forma diferente e curiosa para a campanha de doações.
Qual o objetivo da arte?
"Esse é o objetivo da obra de arte: criar contradições, pororocas, conflitos..."
Comentário do ator Michel Melamed em entrevista no Programa do Jô, falando da sua Trilogia Brasileira. 20 mar. 2012.
Comentário do ator Michel Melamed em entrevista no Programa do Jô, falando da sua Trilogia Brasileira. 20 mar. 2012.
04 março 2012
Pé de cachorro
Desenho livre a caneta "Pé de Cachorro", s/d.
Pé de cachorro é quando uma dupla de mórmons bate a sua porta às 6 da manhã e ainda não realizam a sua fantasia em ferrar com um destes.
02 março 2012
Amore Mio
Vídeo: MIKE DE VILLE - Amada Mia, Amore Mio (Official Video)
O hit italiano de El Pasador começa novamente a balançar as pistas de dança em todo o mundo. O original é de 1977 e está renovado nas paradas. Mike de Ville traz uma época distante e inexistente para muitos, principalmente se tratando da moçada das pistas e raves. Os dançantes do clipe ainda usam máscaras do Príncipe Charles, Helmut Kohl, Barack Obama, Rainha Elizabeth e tantos outros famosos celebrando uma festa quente e muito louca. Hi, club!
Pudor e Luxúria no Brasil
Entre a Luxúria e o Pudor - História do Sexo no Brasil - é o título do livro de Paulo Sérgio do Carmo sobre a vida íntima e sexual dos brasileiros. São tratados no livro os assuntos mais cotidianos entre homens e mulheres ou entre si, já que também se fala da homossexualidade.
Ao estudar sobre história do Brasil, os imigrantes, o trabalho escravo... Chamou a atenção do autor o ambiente de luxúria no contato entre os portugueses e índios. Da mesma forma, os Bandeirantes e imigrantes "utilizavam-se das índias pelo caminho, ao se embrearem no mato afora". Como seria a vida sexual dos escravos? De acordo com o autor, o número de homens escravos era muito maior que o de escravas. Como seria a vida sexual destas escravas, então? Pouca oferta, grande procura. Por outro lado, Paulo Sérgio aborda a homossexualidade em Fernando de Noronha, lugar utilizado no séc. XVIII como lixão humano, ou melhor, depósito de homens. Os considerados delinquentes eram enviados para a ilha, formando uma população 100% masculina. Havia casamentos entre homens na ilha e, em contrapartida, pressões políticas de juristas e moralistas para o envio de mulheres para o local. Algumas foram enviadas e, como ainda eram raras, se prostituíam por lá. Assim e entre outras nasceu o interesse pela temática "500 anos de história da sexualidade no Brasil".
Ao estudar os imigrantes, Paulo Sérgio comenta o vaivém de milhares de prostitutas estrangeiras, francesas, polacas, russas, portuguesas... E descobre uma colônia (Colônia Cecília) anarquista, de amor livre, iniciada no Paraná em 1890. A colônia chegou a uma adesão de 250 pessoas, em quatro anos, mas não resistiu às implicações com a Igreja e com o Estado e, principalmente, com os próprios tabus dos adeptos.
Estas histórias são excelentes para podermos entender o nosso comportamento, ou os nossos modos de vida. O que hoje é luxúria e o que seria pudor? Há citações do sociólogo Gilberto Freire (Casa Grande Senzala) colocando o leitor em contato com o "linguajar chulo" ao pintar as cenas do contato dos estrangeiros com as índias: "tomem cuidado jesuítas, pois podem vocês escorregarem em carne" - insinuando que as índias se esfregavam em quem chegava -, ou "por qualquer caco de espelho as índias dão para qualquer caraíba".
Em relação ao pudor, temas como masturbação já foi crime hediondo, pecado, doença ou hábito não saudável, até passar a ser encarado hoje como algo natural e normal. Hoje, alguns especialistas até recomendam a prática para a promoção do auto-conhecimento. Seria forte de mais hoje se referir ao seu sinônimo: estupro com as mãos.
A polaridade entre a luxúria e o pudor está presente em toda a história do país que, para o autor, passa pelos colonizadores, religiosos, bandeirantes, imigrantes, sertanistas, índios, escravos... Brasileiros. Assim, podemos imaginar o pudor como algo que promove a luxúria ou uma luxúria que tem como tábua de salvação a moral. Pólos que parecem depender um do outro para existirem, e capazes de fazerem toda uma história.
Ao estudar sobre história do Brasil, os imigrantes, o trabalho escravo... Chamou a atenção do autor o ambiente de luxúria no contato entre os portugueses e índios. Da mesma forma, os Bandeirantes e imigrantes "utilizavam-se das índias pelo caminho, ao se embrearem no mato afora". Como seria a vida sexual dos escravos? De acordo com o autor, o número de homens escravos era muito maior que o de escravas. Como seria a vida sexual destas escravas, então? Pouca oferta, grande procura. Por outro lado, Paulo Sérgio aborda a homossexualidade em Fernando de Noronha, lugar utilizado no séc. XVIII como lixão humano, ou melhor, depósito de homens. Os considerados delinquentes eram enviados para a ilha, formando uma população 100% masculina. Havia casamentos entre homens na ilha e, em contrapartida, pressões políticas de juristas e moralistas para o envio de mulheres para o local. Algumas foram enviadas e, como ainda eram raras, se prostituíam por lá. Assim e entre outras nasceu o interesse pela temática "500 anos de história da sexualidade no Brasil".
Ao estudar os imigrantes, Paulo Sérgio comenta o vaivém de milhares de prostitutas estrangeiras, francesas, polacas, russas, portuguesas... E descobre uma colônia (Colônia Cecília) anarquista, de amor livre, iniciada no Paraná em 1890. A colônia chegou a uma adesão de 250 pessoas, em quatro anos, mas não resistiu às implicações com a Igreja e com o Estado e, principalmente, com os próprios tabus dos adeptos.
Estas histórias são excelentes para podermos entender o nosso comportamento, ou os nossos modos de vida. O que hoje é luxúria e o que seria pudor? Há citações do sociólogo Gilberto Freire (Casa Grande Senzala) colocando o leitor em contato com o "linguajar chulo" ao pintar as cenas do contato dos estrangeiros com as índias: "tomem cuidado jesuítas, pois podem vocês escorregarem em carne" - insinuando que as índias se esfregavam em quem chegava -, ou "por qualquer caco de espelho as índias dão para qualquer caraíba".
Em relação ao pudor, temas como masturbação já foi crime hediondo, pecado, doença ou hábito não saudável, até passar a ser encarado hoje como algo natural e normal. Hoje, alguns especialistas até recomendam a prática para a promoção do auto-conhecimento. Seria forte de mais hoje se referir ao seu sinônimo: estupro com as mãos.
A polaridade entre a luxúria e o pudor está presente em toda a história do país que, para o autor, passa pelos colonizadores, religiosos, bandeirantes, imigrantes, sertanistas, índios, escravos... Brasileiros. Assim, podemos imaginar o pudor como algo que promove a luxúria ou uma luxúria que tem como tábua de salvação a moral. Pólos que parecem depender um do outro para existirem, e capazes de fazerem toda uma história.
Assinar:
Postagens (Atom)